terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Dias de um passado perdido...



Pois muito bem, já que a parada eram orquestras e coisa e tal, uma boa pedida seria colocar aqui aquele S&M, o disco do Metallica com a Orquestra Sinfônica de São Francisco, afinal é mesmo um ótimo disco (talvez o derradeiro, o canto do cisne...), e trovaríamos fiado a noite toda sobre o potencial da combinação de clássico e metal e blá,blá,blá...Mas isso todo mundo já sabia! Pelo menos o pessoal que já vinha acompanhando a banda a um tempinho...'Taí em cima o Apocalyptica p'ra não me deixar mentir sozinho. O disco com orquestra foi algo como uma confirmação do que a banda sempre fez até ali...
Acho que o motivo principal de haver tanta raiva do Hetfield e do Lars hoje (indignação que compartilho) é principalmente este: o Metallica foi uma banda extremamente arrojada e técnica, e os fãs acreditavam na honestidade dos caras; lançar,como eles fizeram, um álbum (Saint Anger,nome adeqüado ao menos) totalmente direcionado à demanda do mercado, sob o pretexto furado de ''ficar antenado'' ou ''se manter atual''(e ainda com timbragens de gosto duvidoso...), foi p'ra galera como uma facada nas costas...como se os fãs tivessem sido enganados o tempo todo.
Mas voltando...Qüando se fala em obras-primas da banda, vem logo à frente Master of Puppets, ou mesmo o soturno Ride The Lightining (meu favorito), creio que principalmente por se tratarem dos últimos registros do legendário Cliff Burton (ser como este certamente nunca haverá igüal).
Todavia, poucas vezes se ouve falar DESTE disco, ...And Justice For All (1988), onde inegavelmente os caras haviam atingido o ápice de sofisticação nessa síntese de Metal agressivo com a sonoridade erudita, criando temas gigantes repletos de variações rítmicas e melódicas, à exemplo de To Live Is To Die ou da faixa título. Traz também suas melhores letras, vide Dyers Eve ou mesmo One.
Particularmente, comecei a ouvir o Metallica à partir deste trabalho, um pouco antes do lançamento do álbum preto. Na época, o clima era meio que de ''provar'' que aqueles cabeludos mal-encarados não eram meros delinqüentes sem cérebro...e eles capricharam. Tanto que os sujeitos sempre declararam não curtir muito tocar estas canções nos shows, tamanha a dificuldade técnica das mesmas.
E era a estréia do grande Jason Newsted (logo após a sabatina no Garage Days), notório por sua arrasadora presença de palco. Não era o Cliff, mas apesar do estilo diferente sempre foi o substituto à altura. Tem também aquela outra polêmica, sobre o baixo deste disco ter ficado ''espremido'' na mixagem, e realmente o som poderia (aliás, deveria) ter ficado mais evidente...de qüalquer forma, penso isso do Master também...baixistas, independente de seu calibre, são sempre boicotados nas bandas, sad but true, hehehe...Se tu clicares AQUI , vai poder conferir, no You Tube, as mixagens alternativas que alguém fez e pôs lá; e AQUI , as demos do álbum.
Isto sim era uma banda ao vivo...
Jason, o performer...
Assistir a estes vídeos dá mesmo uma dor por dentro...um passado glorioso, reduzido à nada. Pouco provável que o Metallica volte a lançar algo criativo, afinal, o que resta hoje p'ra eles provarem? Que não são uns bundões totais, talvez, e que seus fãs não foram trouxas...
É uma pena a banda hoje viver apenas de arrastar sua lenda, ao invés de realmente ter acabado...ficaria mais bonito p'ra cara deles.

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